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ESPECIALISTAS ACHAM CEDO ALIVIAR O ISOLAMENTO SOCIAL NO RIO

  • Foto do escritor: Redação Café Lagos
    Redação Café Lagos
  • 6 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

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Foto: Jornal Extra

Na última segunda-feira (01), o prefeito Marcelo Crivella anunciou medidas de retomada para a cidade em seis etapas e nesta sexta-feira (05) o governador Wilson Witzel publicou um plano de reabertura. Apesar das divergências entres alguns pontos, como a abertura parcial, a partir deste sábado (06), para shoppings, bares e restaurantes pelo governador e só a partir daqui 15 dias pelo prefeito. De acordo com os especialistas, afrouxar o isolamento nesse momento é precipitado.


Ontem (05), o Rio registrou 6.473 mortes e 63.066 casos de Covid-19 confirmados. O governador disse que as decisões foram baseadas em dados da Secretaria de Saúde que indicam a redução da pandemia. O ‘painel coronavírus Covid-19’ está disponível na internet para o público e lá constam informações sobre número de casos e recuperações gerais ou por município. Recentemente, o painel passou a atualizar os óbitos acumulados, casos novos, assim como letalidade e mortalidade.


Ainda assim, com o complemento desses novos dados, o sanitarista e coordenador do Observatório Fiocruz Covid-19, Carlos Machado de Freitas pondera que não há clareza nas informações gerais de casos e mortes e que é cedo para afrouxar no estado todo a partir deles.


Segundo ele, esses dados demoram a ser computados, pois dependem do registro feito pelo município, testes clínicos e até alguém que digite. Dependendo da cidade, isso demora. Sem contar que o registro dentro do próprio estado também leva tempo. O painel é um indicador médio da situação mas para o coordenador, tomar decisões apenas considerando uma semana de casos, é absolutamente precipitado. Para ele, a decisão de afrouxamento precisa abranger três critérios fundamentais, os quais, diz, nem cidade ou estado estão cumprindo.


Primeiro, a redução sustentada de pelo menos três semanas, com redução no número de óbitos e casos. A capacidade do sistema de saúde deve ter 20% de folga para o caso de uma alta rápida. Além disso, deve haver vigilância e rastreamento de casos. Para locais com aglomeração, como metrô e ônibus, por exemplo, a Bahia fez um teste em que câmeras identificaram a temperatura de pessoas no meio da multidão.


Freitas reforça, ainda, que máscaras, álcool e o distanciamentos são essenciais na retomada mas não eliminam a contaminação. Segundo ele, eles reduzem a chance de contágio mas só a vacina vai resolver. E, mesmo que ela vindo até 2021, é provável que até 2022 tenhamos que manter medidas de distanciamento e higienização. Sem a vacina, isso levaria até 2024 ou 2025.


NÚMERO DE COVAS


A também médica e pesquisadora da Fiocruz e referência em Codid-19, Margareth Dalcolmo, reforça o que Freitas disse e se preocupa com as próximas semanas.


" Eu vi uma foto de Copacabana cheia de camelôs, um ao lado do outro, e fiquei consternada imaginando que um terço daquelas pessoas estaria em um leito de hospital ou demandando de atendimento da rede pública. Vamos esperar o que vai acontecer daqui alguns dias e semanas com essas aglomerações " - disse ela em entrevista à Globonews.


De acordo com ela, se começar a contar cova sendo aberta não há dúvidas de número. Isso não tem mentira, retórica, nenhuma figura que substitua isso. São pessoas que morreram e muitas cujas mortes poderiam ser evitadas.


O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, também considera medidas como essas ainda são precoces. De acordo com ele, o ideal era esperar, pelo menos, uma semana, para termos hospitais mais vazios. Para cada abertura, é preciso planejamento.


O médico infectologista e professor de Doenças Infecciosas da UFRJ, Edimilson Migowski, por sua vez, diz que há diminuição em alguns pontos da Grande Rio de casos e de gravidade.


"Houve uma redução da gravidade também porque tem pessoas fazendo outros tratamentos. Número não é só o que importa mas a gravidade", afirma Migowski, que defende o tratamento precoce com medicamento, entre os primeiros sintomas e a internação.


Para ele, assim como já destacou Freitas, o maior entrave nas medidas de afrouxamento é em relação ao transporte público. Também ontem, o governador publicou decreto que determina a volta do transporte intermunicipal, comporto por ônibus, barcas e trem.


­Segundo ele, nesse momento é importante flexibilizar segmentos e horários, mas não as frotas. Não adianta diminuir o fluxo do transporte público porque aí eles continuarão cheios. Para mim, o maior desafio é fiscalizar isso.




Fonte: Jornal Extra

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